Estou esbaforida, atrasada, eu que tenho o culto da pontualidade deixei-me rasgar nas horas por coisas de caminho, pequenas distracções que me prenderam a atenção e conseguiram desviar os meus olhos pelo tamanho das cores ou pela simplicidade do colorido gigantesco com que a lupa as transformou. Ou terá sido a importância a lente aplicada para ver sem cegueiras mentais o que de facto existe e o que de facto se transforma em imagens quando a expectativa é tão só um exercicio que acomete o espirito descalço e desataviado de filtros.
Atrasei-me, mas não estou certa de que se tivesse chegado no tempo esperado valería a pena o cumprimento. Ou o que se esperaría de mim. É que de mim pode esperar-se tudo, tanto, que até o nada pode ser. E já será alguma coisa. Mau mesmo é quando não me ralar se chego ou não. Ou será essa a importância das coisas e o que me merecem.
Já cheguei, mesmo que atrasada cá estou, e assim tomo conta disto, época dificil esta, muitos incêndios e a árvore tem sede. Esta merece tudo o que lhe sou.