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domingo, 27 de novembro de 2011

Folhas Limpas

Que medo. Aqui voltar às claras sem a protecção das brancas folhas das sombras das árvores que mandam mais que tudo. Segurar as mãos para que não despenquem em confissões parvas ou piedosas ou soltem liberdades para que não foram educadas, embora estas que se lêem não se compadeçam de acordos ortográficos - que eu, eu mesma, não o outro, ou os outros de mim navegados que vocês não sabem, nem eu tão pouco - não os aceitam, não os querem, não os entendem.
Houve de tudo, afinal há tempo para tudo: para escrever e para chorar.
Se poesia fosse a minha matéria, amalgamava, engolia e choraría enquanto botava escrita. Letras esborratadas a sal sentido em estado liquido... Mas a minha solidez ou o medo ou o tosco ou a crueza ou o choro por verter ou a escrita engolida amarraram-me a troncos e castigaram-me a solidões de vontade própria. Demasiados parágrafos. Demasiados retornos. Há tempo para tudo. Até para voltar à luz do dia. Mesmo com medo das folhas verdes no Inverno que se cheira.