Como um bago de carvão que se apanha entre dedos negros e se risca o jogo do galo na esperança que o adversário caia na grade descurando a janelinha aberta, assim - oh inocência! - peguei nas minhas dores e inventei-lhes outro dono. Não são mais minhas, escrevo-as, não as amarguro ferida, permito-me uma doce e ténue vertigem pelos que padecem comungados em qualquer coisa que um dia pareço ter experimentado, lamento-lhes a perda, a injustiça e até os animo, incito a melhores horas, levanto-me e fecho o caderno.
CAPÍTULO QUARENTA - DE VOLTA A CASA
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Ao fim de pouco mais de três meses Alberto fechou a conta e a familia
regressou à casa renovada.
Maria da Luz apenas tinha ido por uma vez ver o decurso das...