Ao fim de três anos continuam em mim a magia da descoberta das palavras e o apreço pela grandiosidade com que as árvores nos abraçam nos frutos generosos depois de as tratarmos como enfeites. Se as palavras se penduram na árvore como fruta a trincar, alimentar, confesso que serei a mais egoista e sempre mas sempre, insatisfeita. Por mais que escreva, por mais que me canse das linhas, por mais que corra para elas e esqueça o mundo lá fora, o eterno retorno da fala escrita, do bem confessado, da raiva despejada sem censura, farão de mim talvez, aquela que melhor se conhece. Ou a que mais se resguarda, que coisas destas nem ao espelho as digo, moldo-as em letras que espero submergam em azul e me evidenciem o bem, o mal, o humano que eu sou.
Sou livre.
Sou árvore.