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segunda-feira, 6 de julho de 2009

Se eu mandasse

Se eu mandasse ordenava ao amor que se sentasse. Dizía-lhe para ficar quieto, calado, não tentando convencer-me das suas boas intenções e de como me faría feliz se eu lhe permitisse chegar perto e abraçarmo-nos.
Se eu mandasse ele obedecería.
E caso me tentasse enganar com os seus truques de magia eu havería de me transformar num casulo, toda envolta em fios de seda muito finos e resistentes, surda sem o poder escutar a chamar pelo meu nome.
Deixava-me ficar assim, protegida, incólume, até ele se quedar e se esquecer de mim.
Se eu mandasse, mandava-me esquecer desta falta que o amor me dá.




(in A dificil arte de não amar - Julho/2008)

12 comentários:

Teresa Durães disse...

então, então, a fuga do amor? Bom, às vezes bem apetece

tiaselma.com disse...

No amor contam apenas corpos e palavras. Que se revezam, em árdua disputa, pelo mandar e obedecer...
Errei?

Beijocas de frias manhãs.

Patti disse...

Como sempre, texto apaixonante e enamorado na simplicidade das letras; como deviam ser todos os amores.

Ou não.

Pensando bem, sem sofrimento que escreveriam depois os nossos poetas?

Vicktor Reis disse...

Querida Gasolina
Por vezes sinto uma tremenda vontade de amar. A paixão é tão forte que não a consigo medir.
Outras vezes também...

São coisas de um nómada dos sentires.

Beijinho.

Gasolina disse...

Teresa,


AH!

Que complicação!

Amar e não querer amar, querer e não ter a quem, ter e desejar ainda mais amor...


Quem inventou o amor... devía apaixonar-se!

Gasolina disse...

Selma,

Não, não erraste.

Mas gosto de o pensar de uma forma poética.

Que o corpo seja o da pele mas também o das emoções, o dos instantes, o dos silêncios, o dos gritos do reencontro e os choros da despedida.

Mas que sei eu?!

Eu que nada consigo fazer sem sentir paixão?!


Beijo para ti
Daqui vai brisa, fresquinha, hoje do lado do mar, dá para sentir a maresia a picar no nariz.

Gasolina disse...

Patti,


Já me fiz essa pergunta e só encontrei respostas chatas. E até sem nexo.

Por isso, melhor a falta de nexo do amor.


Beijo, beijo

Gasolina disse...

Vicktor,

Isto do amor e dos amores não é assim tão diferente de homens para mulheres.

Sei bem do que falas. E sorrio.


Abraço Querido Vicktor

Laura Ferreira disse...

Até eu lhe estendia uma cadeirinha... ou pedia-lhe que se sentasse no meu colinho e por lá se demorasse.
Como eu te compreendo, querida Gasolina.

Gasolina disse...

Laura,

Por vezes é absurdo o sentir, não é?

Arábica disse...

Fizeste-me sorrir.
O único post que deixei no forno pronto a servir é sobre a solidão.
O medo ou a razão que nos impede de voltar a acreditar que mergulhar no mar é a única energia capaz de nos revitalizar.
Depois, abanamos a cabeça, chamamos-nos tontas e pomos mais uma pedra.

Tem dias de pedra e tem dias de mar.


:)

poetaeusou . . . disse...

*
se eu encontrasse
as palavras certas
ao contemplar-te,
ciciava o que sinto,
e num meigo olhar
de envolvo sereno,
suplicava ao vento
que testemunhasse
este grande amor . . .
,
conchinhas de estima, deixo,
,
*