Se eu mandasse ordenava ao amor que se sentasse. Dizía-lhe para ficar quieto, calado, não tentando convencer-me das suas boas intenções e de como me faría feliz se eu lhe permitisse chegar perto e abraçarmo-nos.
Se eu mandasse ele obedecería.
E caso me tentasse enganar com os seus truques de magia eu havería de me transformar num casulo, toda envolta em fios de seda muito finos e resistentes, surda sem o poder escutar a chamar pelo meu nome.
Deixava-me ficar assim, protegida, incólume, até ele se quedar e se esquecer de mim.
Se eu mandasse, mandava-me esquecer desta falta que o amor me dá.
Se eu mandasse ele obedecería.
E caso me tentasse enganar com os seus truques de magia eu havería de me transformar num casulo, toda envolta em fios de seda muito finos e resistentes, surda sem o poder escutar a chamar pelo meu nome.
Deixava-me ficar assim, protegida, incólume, até ele se quedar e se esquecer de mim.
Se eu mandasse, mandava-me esquecer desta falta que o amor me dá.
(in A dificil arte de não amar - Julho/2008)
12 comentários:
então, então, a fuga do amor? Bom, às vezes bem apetece
No amor contam apenas corpos e palavras. Que se revezam, em árdua disputa, pelo mandar e obedecer...
Errei?
Beijocas de frias manhãs.
Como sempre, texto apaixonante e enamorado na simplicidade das letras; como deviam ser todos os amores.
Ou não.
Pensando bem, sem sofrimento que escreveriam depois os nossos poetas?
Querida Gasolina
Por vezes sinto uma tremenda vontade de amar. A paixão é tão forte que não a consigo medir.
Outras vezes também...
São coisas de um nómada dos sentires.
Beijinho.
Teresa,
AH!
Que complicação!
Amar e não querer amar, querer e não ter a quem, ter e desejar ainda mais amor...
Quem inventou o amor... devía apaixonar-se!
Selma,
Não, não erraste.
Mas gosto de o pensar de uma forma poética.
Que o corpo seja o da pele mas também o das emoções, o dos instantes, o dos silêncios, o dos gritos do reencontro e os choros da despedida.
Mas que sei eu?!
Eu que nada consigo fazer sem sentir paixão?!
Beijo para ti
Daqui vai brisa, fresquinha, hoje do lado do mar, dá para sentir a maresia a picar no nariz.
Patti,
Já me fiz essa pergunta e só encontrei respostas chatas. E até sem nexo.
Por isso, melhor a falta de nexo do amor.
Beijo, beijo
Vicktor,
Isto do amor e dos amores não é assim tão diferente de homens para mulheres.
Sei bem do que falas. E sorrio.
Abraço Querido Vicktor
Até eu lhe estendia uma cadeirinha... ou pedia-lhe que se sentasse no meu colinho e por lá se demorasse.
Como eu te compreendo, querida Gasolina.
Laura,
Por vezes é absurdo o sentir, não é?
Fizeste-me sorrir.
O único post que deixei no forno pronto a servir é sobre a solidão.
O medo ou a razão que nos impede de voltar a acreditar que mergulhar no mar é a única energia capaz de nos revitalizar.
Depois, abanamos a cabeça, chamamos-nos tontas e pomos mais uma pedra.
Tem dias de pedra e tem dias de mar.
:)
*
se eu encontrasse
as palavras certas
ao contemplar-te,
ciciava o que sinto,
e num meigo olhar
de envolvo sereno,
suplicava ao vento
que testemunhasse
este grande amor . . .
,
conchinhas de estima, deixo,
,
*
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