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domingo, 14 de junho de 2009

Fala-me do que vês

Naqueles dias falavas-me de pedras, davas voz ao que elas te sussurravam erguidas no casario que dava cobertura a histórias que todos conhecíam mas ninguém tinha a arte de as falar como tu, eu perdía-me no som e passei a considerar que as pedras eram tão vivas quanto uma rosa apanhada pela manhã para acompanhar o pequeno-almoço ou os lençóis depois da engelha dos corpos naufragados no indecifrável do sono, singularidades da vida, singularidades das pedras de que tiravas sustento, mais a mim é verdade, que te tinha mais perto do que nunca, tu satisfazías o teu prazer no toque, no apontar, no hipnotismo da boca aberta à espera da próxima colherada, davas-me pedras e montanhas e castelos no pico dessas montanhas e eu crédula, punha-me nas ameias e aguardava os dias da estória.

4 comentários:

observatory disse...

:)

tao bonitos

gostei tanto

beijo

Gasolina disse...

Observatory,


Gosto de te ter perto da Árvore.

Sabes que sim.


Beijo para ti

tiaselma.com disse...

Deviam ser mesmo fantásticas essas estórias, como que tirando leite de pedra... Deram-te alimento e o encanto de também nos atar às tuas palavras, Gasolina.

Beijocas.

Gasolina disse...

Tia Selma,

Não eram: São.

Há quem me presenteie com estórias sobre a história, me fale de coisas simples que ninguém reparou, que me acenda imagens com palavras, com o som das palavras.

Tanto.

E tanto a ti pela generosidade do comentário.

Um beijo. Pela trovoada que paira por Lusitânia.