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sábado, 20 de junho de 2009

Contra as horas

Madrugada, noite funda.
É a esta hora a eleição das letras, do bater rápido mas mal tocado nas teclas que distribuo por frases, combóios delas. Parece que a pouca da noite dormida se encheu e o caudal agora sem retenção possível alaga páginas de um virtual onde o silêncio, o gato dormindo sobre a secretária à minha esquerda no aquecer da lampada e o café esquecido na chávena da sorte são ninho bastante para me acomodar e fazer leito desta água que desafogo por aqui.
Vem o sono, o bocejo, os pensamentos por este, aquele, lugares, sons.
O eu de mim sacudido pelos eus. Seguram-me a mão, ajudam-me a marcar letras. Abro os olhos e as palavras já cá estão. Fui eu? Não, fui eu.

4 comentários:

Laura Ferreira disse...

Sabes que me tem acontecido isto? Escrever sem saber que escrevo. Dou conta de manhã, quando vejo o meu molleskine aberto...
E aí penso "qual Laura foi"?

Gasolina disse...

Laura,

Eu sei sempre quem foi.

Só não sei que fui eu.

E sei que tu entendes perfeitamente o que digo.

Um beijo a ti

Vicktor Reis disse...

Querida Gasolina

Não foste tu... mas foi o(s) teu(s) eu(s)... "Mas quem és tu?" "Ninguém..." (como foi dialogado ali na Boca do Vento)...
E és tanto!!!!! E dás tanto de todos que tu és...
Adorei este teu texto...
Beijinho.

Gasolina disse...

VicKtor,

Há sempre tanta generosidade nas tuas palavras... Como posso eu dar muito?



Um beijo Querido Vicktor