Semaninha diabólica. Se eu acreditasse no chifrudo, que quando me dá posso até ser mais demo do que o pintam. E claro que os dias a girar são alimento de letras, voraz a mão que se empertiga na caimbra do movimento e até faz desenhos onde não deveríam riscar mas o corpo é assim, pouco, pouquissimo e tanto muitíssimo o que juntei de palavras que sufoco se não as choro.
Mas não hoje. Guardarei para amanhã. Há tempo. Há lugar.
Esta noite e em directo empenho-me em arranjar uma tonalidade anil que se assemelhe à da tua voz, ao teu ar soprado no arrasto do cansaço dos olhos inchados e nas mãos presas no redondo do volante que te guia o filme a passar ao contrário sem entenderes onde entras, onde sais, uma corda batida ritmada em que as pernas se enleiam e o chão se aproxima esfolado na distância mais curta entre dois pontos.
Eu digo-te, as rectas não são caminhos curtos pelo menos para ti, para mim, para os risos e para os amigos e para a entrada a pé direito sob as pancadas soadas a compasso do coração e essa barulheira toda que de repente se silenciou, aviso-te, é igual ao ruído do enxame quando se afasta para regressar mais forte.
- Estou... Quem fala?
- Sou eu.
8 comentários:
eu acho que as retas nunca são caminhos curtos, pelo menos para mim dificilmente são
beijos
Tinha saudade de ler teus textos.Gostei do desconhecido...
Pérolas incandescentes de boas energias.
Com carinho
Eärwen
Carla,
Pois não. De todo.
E os sinuosos são bem mais atraentes.
Beijo
Eärwen,
E eu gosto de te ver regressada.
Beijo para ti, pelos teus voos.
As rectas são caminhos de prisão.
Gosto de caminhos que se curvam e cruzam. Quando todas as cores e origens se chocam entre si.
E gostei de te ler :)
enigmático...mas belo!
bj
marisa
Arabica,
Um enfado, as rectas.
Prefiro linhas que se entrelaçam e até dão nós.
Beijo
Marisa,
Enigmático?
Nem tanto: à nossa Menina de palco.
Beijo pelas curvas do Reno
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