Lutar por um objectivo, defender uma opinião ou levar uma idéia adiante, exigir justiça ou até a reposição desta, demanda esforço, muito pelejar, desânimo e de novo alento, uma energia que se renova e se escoa consoante os estádios de avanço ou retrocesso até se alcançar ou declaradamente não se conseguir firmar o que se pretende.
Porque - verdade - nem tudo - verdade - na maioria, depende do nosso querer, e não basta ter o poder de querer para ser tarefa iniciada, pois tantas vezes essa vontade parece estar contra nós.
Não há tempo para este tipo de batalhas mas a capacidade de as aguentar mina o coração, as perspectivas sobre os outros, a nossa própria visão perante os outros quer descascando camadas de defesas quer couraçando no temor da fragilidade.
E depois os desiludidos, extenuados de tanta injustiça e luta, cansados, desistentes pela revolta do autismo abandonam tudo, dizem nada mais importar, encolhem ombros a respostas de sim ou não sem afectos, como um jogo de corda puxada a toda a força entre equipas opostas, uma mais poderosa que vai ganhando terreno sobre a outra comida no resvalar do pó, dos sapatos escorregados pelo arrasto. Tudo parece derrotado até os vencidos largaram subitamente a corda e deixarem o outro extremo caír de rabo.
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