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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Fardas



 
Visto a segunda-feira sem engelhas, lavada, um cuidado no deslizar por mim sentindo o frio da espera até se aquecer na pele viva e quente cobrindo desde os olhos fechados até aos pés fincados como raíz, uma terra que não se imagina nem desenha, acompanha como base o boneco fardado que empurro devagar evitando os estilhaços.
Da que se retorna no reflexo do espelho não tenho roupa que melhor me assente.
É tudo muito mais do que não se despe, tira, guarda e volta a pôr. É uma figura completa que enfio pela cabeça, também esta a condizer, também esta com muito de ficar, tirar poupada nas engelhas que lhe possam fazer feio ou cheirar azedo na conservação da semana pelo descuido do ir, pelo completo do conjunto de roupa de dentro, pele de mim, quente e viva.
Visto-me outra para uso de bonito.
Empurro-me.

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