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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Uniões


 
A estranha atracção que desde infante me levava a ralhetes, condenatórias recomendações e até ultimatos arrastou-se além adolescência, firme idade.
E a verdade é que se o poder parental já não está presente para com o seu dedo e olhares reprovadores me porem a bufar por conta da selecção das minhas amizades, ainda hoje alguns dos que passam gostam de largar algum comentário singular mas disfarçado, por causa das peculiaridades dos que comigo nos tornamos próximo.
Dantes não era porque a escolha fosse acertada sobre gente mal-educada, com aspecto sujo ou até criminoso. Eram simplesmente diferentes, a maioria das vezes incomuns, solitários, tidos como anormais, doidos, pouco inteligentes ou demasiado inteligentes. Actualmente é porque o físico não os favoreceu, ou os favoreceu demasiado, ou porque falam sem ninguém entender ou porque não dizem palavra, porque acompanham este ou aquela, ou porque não sabem nada da vida dele e apenas se deitam a adivinhar.
Evidentemente eu farei parte deste grupo de anormais, serei eu mesma pasto de conversa durante os minutos onde não há mais tema até que os cafés chegam e se paga a conta do almoço, esquecendo de seguida tudo o resto e todas as pessoas e emoção que veste verdadeiramente o conhecimento do eu. Não eu de mim, mas o de qualquer um dos raros e incomuns que me unem nesta diferença tão única, perfeita e bela que nos atrai e completa nos nossos imensos defeitos de gente feia.

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