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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Projecções



 
Fecho a porta devagar, nunca gostei de fazer barulho ao trazer a porta atrás das costas puxada pela mão deixando lá dentro um rasto de mim, uma quase eu, uma quase voz, ainda uma que fica nos abraços das mãos que apertam espáduas e se desprendem na mão que se fecha à pega de um pedaço de metal frio que tranca num trinco para calar sons, abraços, segredos, sussurros.
 
Agora vou, tenho de ir, não quero mais palavras nem que venhas seguir-me nem acenos ou coisa de fatalidade, não vou olhar para trás para saber se me olhas por isso não olhes, dói mais assim para doer menos depois, podía bater com a porta e acabava-se tudo num estrondo para se sossegar no silêncio que o come, mas a sombra que me fica, o decalque da que fui ida esperam-me quando a saudade te for leve.
 
O Outono aguarda-me.
 
 
 
 

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