Chamou-me lá do fundo, sem ruído, com os olhos, continuei os passos com o olhar recusando qualquer aproximação, não vou, vem cá tu se me queres dizer alguma coisa, mas alguma coisa diferente, nova por diferente, desculpas não ou argumentos rebuscados de outra forma não vou, prefiro sempre os olhos às palavras gastas e ensaiadas, ouço-o e tenho vontade de correr, talvez em movimento lento como se vê nos filmes e com uma banda sonora com trompetes de vara, percussão suave no contraste, um solo de jazz gemido, chorado e espremido por vontade contrariada, sopro, encho as bochechas de palavras que se tornam ar. Chamas e eu não respondo.
No dia que falarmos esvai-se tudo.
1 comentário:
É no que dá procrastinar!
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