Não por decisão mas porque aconteceu devagarinho, minando os circuitos do pensar, entregou as palavras, os olhares profundos, as adivinhas e a surpresa maior era acordar no dia seguinte. Seguinte a nada, da véspera puxava um manto leve sem recordação que lhe pregueasse a testa e a calmaria do peito ao cerrar o rosto ao sol tornou-se o hábito das manhãs. Ía e vinha. Cumpría. Cumprimentava. Deitava-se e morría até ao dia crescer da noite. Certo. Correcto, escorreito, dias musculados na rotina e perdidos em faces tão ocultas quanto a dele. Se era infeliz? Não. Se já fora feliz? Não se lembrava.
CAPÍTULO QUARENTA - DE VOLTA A CASA
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Ao fim de pouco mais de três meses Alberto fechou a conta e a familia
regressou à casa renovada.
Maria da Luz apenas tinha ido por uma vez ver o decurso das...
12 comentários:
Ser feliz é uma capacidade que nem toda a gente tem. As pessoas são, por vezes, demasiado complicadas para serem capazes.
Não ser infeliz é já ser-se feliz. Só é preciso compreender isso.
Ernesto, o avô, com a minha filosofia caseira.
Querida Gasolina, este texto é bonito. Ao lê-lo pela segunda vez ocorreu-me a ideia de que se adapta a pessoas bem idosas! Talvez me vá sentir assim, se lá chegar...
um beijo desta pessoa feliz com o teu regresso
marisa
Querida Gasolina
Saudades dos teus escritos que sempre me aviva a memória do teu olhar que guardo nos meu olhos eternamente.
Beijinho.
Coincidência, aparecer por aqui na hora do regresso. Gostei dos teus textos, com ou sem memória. E voltarei.
Casa de Passe,
Esse é um "entendimento" politicamente correcto.
Exactamente o contrário daquilo que sou.
Mas tu és Avô. Logo, sabes mais da vida e de tudo de olhos fechados do que eu a observar muito.
Marisa,
Feliz estou eu de ter os "meus" pézinhos de lã à volta da árvore.
E com ou sem marcas deixadas, há sempre a doçura do teu olhar nas minhas palavras, por vezes feias, por vezes amargas, mas sempre leais.
Abraço ao Reno, beijo em ti.
Vicktor,
Olhar de quem sabe das coisas, de quem capta cores em quadradinhos mágicos.
Também eu tive saudades da árvore, das suas folhas, de ti.
Alien8,
Se soubesse de tão ilustre visita mandava desenrolar o tapete vermelho. (Ou verde?)
Se calhar não é coincidência, os aliens sabem cada coisa...
Regressa pois, que o teu voltar fica bem à árvore.
Gasolina,
Ahahahahahaha! Vermelho estaria bem :)
Sobre as coincidências, está tudo na resposta ao teu comentário lá no Título. Ficas também a saber que escrevi (ontem) o dito, mas não saiu. Pensei que me tinha esquecido de carregar no botão de Publicar, e reescrevi, referindo isso mesmo. Também essa segunda tentativa desapareceu, mas tive o cuidado de verificar que a tinha publicado e que aparecia na caixa. O certo é que também desapareceu, embora o número de comentários contasse com os 2 fantasmas... Bom, hoje apareceram ambos :) Lá tive que cortar o segundo. Se por acaso recebes os comentários por email vais rir-te um bocado...
Regressei, agradecendo a excelente recepção, e passo a ler o que ainda não li.
Alien8,
(Assim se apanham as preferências clubisticas!!!)
Já li a tua resposta... mas não sei se concordo. Há muito da nossa mão nessa coisa do acontecer.
Quanto à saga dos comentários só apareceu este mesmo. Mas o sorriso... Bom: ficou-me no imediato.
Volta quando te apetecer. Um Alien e ainda por cima 8(eight) só pode valorizar a Árvore.
Preferências clubísticas? Não, não, eu sou da Académica! Por isso, na realidade, a passadeira pode ser verde ou vermelha, ou azul, ou até preta :)
Por vezes o presente não nos deixei lembrar pequenos/grandes momentos de felicidade.
BF
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