De rabiscos e rascunhos já feitos, os deitados em capas duras e amarrados nos tempos lembro de frases e sensações. Em mim e nos outros: a cara da professora primária, o pai, a mãe, os amigos, depois o namorado.
Não sería nunca capaz de lhes negar a autoria, mesmo sabendo da sua indefesa compleição na tenrura dos anos e na utopia desenhada em mundos fabricados a lápis caran d'ache, enfeites que não dispensava a emoldurar pequeninos parágrafos de uma simplicidade tão crua como só as crianças sabem ter nas mãos. Desconhecía-lhes o poder.
Ao revê-las, algumas na contra-luz do papel pelo efeito violento da borracha que abriu um furo, lembro-me sempre de velhas fotografias.
Quanto mais antigas mais novos éramos.
12 comentários:
Guardo tudo. Numa caixa.
ESTAS MEMÓRIAS DA TENRURA - TERNURA DOS VERDES ANOS, NUNCA NOS ABANDONAM... OS MELHORES ANOS DA NOSSA VIDA, AQUELES EM QUE TODOS OS SONHOS ERAM POSSÍVEIS!
TB. ADORO REVER AS MINHAS COISSINHAS DOS 1ºS AN0S DE ESCOLA, QUE GUARDEI BASTANTE, OU NÃO SAIA A MEU PAI, QUE NESTA CASA HÁ PAPÉIS E AGENDAS COM QUSE 100 ANOS... MUITO MATERIAL HISTORICO FAMILIAR E NÃO SÓ, QUE A POUCO E POUCO VOU TENTANDO PRESRVAR ALGO DIGITALIZANDO...
BEIJINHO CARAN D´ACHE!
um texto muito bonito
E os dedos esborratados com tinta. Letra redondas. Mundos a ganharem vértices...
um beijo
Querida Gasolina
Tens o dom de nos levares na caminhada dos teus pensamentos como se presentes estivéssemos na realidade.
As fotografias antigas tal como os primeiros escritos são uma memória riquíssima de sentires.
Passados 50 anos sobre tais peças da nossa vida é bom sentirmo-nos mais jovens do que então.
Beijinhos.
Patti,
Tinha tanta certeza disso... mas não me perguntes como o sei.
Eu também: tudo, tudo, tudo.
De quando em vez gosto de lhes tocar.
ASPÁSIA,
ESTA MANIA UM POUCO DE FERRO-VELHO QUANTO AOS PAPÉIS E DESENHOS E OUTRAS COISAS FEITAS DE MINHA MÃO TEM-ME TRAZIDO AO LONGO DOS ANOS MUITA FELICIDADE.
E MUITA RISOTA TAMBÉM!
COMO TE ENTENDO... NADAS NO MEIO DE UMA RIQUEZA ENORME!
BEIJOS, BEIJOS
(E OS LÁPIS DE CERA?!EHEHEHE)
Teresa,
Muito obrigado.
Vindo de ti fico toda vaidosa.
CNS,
Também, é verdade.
E a ponta da lingua de fora para aprumar a letra, a caixa de madeira a servir de estojo, a bata...
Tanto mundo.
Um beijo
Victor,
Meu querido amigo, obrigado pelas tuas palavras e pelo teu carinho.
Na verdade, só desejo quando chegar "aí" ter o teu bem-querer.
E à volta fotografias, escritos de menina para ainda poder falar deles.
Um beijo, meu Querido.
Aquele apertar dedos na caneta como se fora esforço mais do que arte... o papel a encher-sede contornos e as rosetas nas faces...outros tempos.
Bj.
Mateso,
E tanta era a responsabilidade que se sentía no erro, no engano, no som distorcido do ditado e no aprumo da cópia, cabeça tombada sobre o braço...
Ainda conservo os cheiros da memória...
Beijo para ti
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