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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Presentes



Agarrava cada canto das páginas com uma força invisivel, tinha sempre medo que elas se escapassem com um sopro e as letras se baralhassem sem destino.


Aplicava-se, cada vez mais curvada sobre os textos, uma e outra vez, aproximava o nariz das linhas corridas e cheirava: quería sentir tudo, o cheiro da caneta, o do papel, se novo, se guardado. Apreciava quando lhe chegavam as folhas com algumas covas, marcas do peso do lápis, carregando no ponto ou na exactidão do travessão para o discurso directo.


Sabía-o desnecessário.


As palavras eram suas, tinham sido riscadas para si, só para si.

12 comentários:

Eme disse...

Daí o valor de as ter no papel, riscadas a caneta ou a lápis ou simplesmente com a nossa pena.
Antes de tudo, no papel!
A prova viva que foram riscadas só para nós antes de o serem para os outros.
Que muitos ventos levem esta história onde ela é precisa.

Beijos

Vicktor Reis disse...

Querida Gasolina
E que forma bela de escrever...
Beijinhos.

Eunice Rosado disse...

Quero vir sempre aqui, esquecer o feio, a apatia.
celebrar o desejo e a vida!

Mateso disse...

Mas as palavras também fogem ora em corrida, ora em dança, ora porque se escapam . e os papéis esfomeados de letras-palavras agitam-se...ou desvanecem...
Bj.

ASPÁSIA disse...

UMA FOLHA DE PAPEL (BEM) ESCRITO É COMO UM DIADEMA!

SUBSTANTIVOS SÃO DIAMANTES,
ADJECTIVOS SÃO RUBIS,
HÁ VOGAIS E CONSOANTES
AMARELAS E ANIS!

VERBOS SÃO CRISTAL DE ROCHA
COMPLEMENTOS, TURMALINAS,
FRASE TRISTE É FRASE ROXA,
FRASE ALEGRE É ESMERALDINA!

(ENCONTREI OS LIVROS DE GEOLOGIA DO LICEU ;)))...

PALAVRA BEIJADA EM TI!

Gasolina disse...

M.,

Tens toda a razão.

Se não nos oferecemos primeiro que sería do valor do que damos...

Tenho o raro prazer de já ter dado muitas palvaras e tantas outras me terem sido oferecidas. Em papel, testemunho, nada de soletrado e repetido ao vento que passa.

Se os ventos estão do meu lado e fazem chegar esta história... que interessa? basta que eu saiba, que tu saibas, que todos aqueles que aqui chegam sem temores ou vergonhas o saibam. Sem precisar expressamente designá-lo.

Beijo(s)

Gasolina disse...

Victor,

Muito Obrigado.

Um dia destes desafio-te para trocarmos palavras no BB. Mas sem olhar os relógios.

Um beijo Querido Victor.

Gasolina disse...

Mateso,

As palavras não perdem a força nem o vinco do papel. Talvez o tempo e os nossos olhos as vistam mais ou menos faustosamente, por isso são luxuriantes, maleáveis, dinâmicas.

Um beijo Mateso Azul.

Gasolina disse...

Nice,

Sendo tu um pássaro que risca imagens os ramso da minha Árvore sempre te darão abrigo, sombra, descanso e se quiseres alimento.
Basta que procures as bagas.

Um beijo, Linda Nice, saudades de te ver por aqui

Gasolina disse...

ASPÁSIA,

MUITO EU GOSTO DESSA DEFINIÇÃO COM TANTA FORÇA, DURA, RIJA, INTEMPORÁVEL COMO SÓ AS JÓIAS O SABEM SER.

UM BEIJO DE GRANADA
(DIZEM QUE É A MINHA PEDRA DA SORTE...)

marisa disse...

ainda bem que as tuas palavras se escapam e chegam até nós.

gosto muito da foto.

marisa

Gasolina disse...

Marisa,

Muito obrigado.

E eu gosto muito de te ver por aqui.

Um beijo