Chuto a noite que ainda agasalha nos ruídos húmidos que empapam vultos. Espera-se o raiar incendiado a meio da água temperada a estradas feitas no memorizar de tanto ir e vir.
Tenho uma corda invisível que não me deixa perder o meu lado, o meu norte no Sul, a vontade de saber de onde sou, onde pertenço, a quem me prometi nessas escarpas verdes abruptas de um rei de cimento que parece ter voltado a intenção da guarda nas palmas que alisam o Tejo.
As minhas estão calejadas de tanto me segurar no regresso à margem que me engole.
Mais que um lado, uma caverna, uma gruta secreta que luxuriantemente reflecte as imagens do outro mundo. A culpa é do Rio, mania de ser espelho, mas na verdade só dá o que ele quer.
(in Crónicas do Tejo, C.G.-25/01/2008)
4 comentários:
ADIVINHO UM REGRESSO ATRIBULADO, UMA TRAVESSIA NORTE-SUL DO RIO, ALGO TEMPRESTUOSA, A PONTO DE SER NECESSÃRIO SEGURARES-TE, ASSIM CALEJANDO AS MÃOS!
O REI DE CIMENTO COM AS PALMAS ALISANDO O TEJO... GOSTEI DA IMAGEM!
BEIJO DE NORTADA :)
Querida Gasolina
Quando atravessas o Tejo desenhas nele sulcos de poesia, da mais bela poesia...
Tenho a certeza que o Tejo também te ama intensamente...
Beijinhos.
ASPÁSIA,
POR MAIS ATRIBULADO QUE O REGRESSO SEJA, É SEMPRE A VOLTA À MINHA MARGEM, AO MEU LADO QUE EU AMO.
E O TEJO FAZ ESQUECER QUELQUER AGRURA DO DIA.
BEIJOS JARDINEIRA!
VIctor,
As tuas palavras são sempre elegantes. São também elas um rio de poesia.
Mas não restam dúvidas do encanto e feitiço que o Tejo me oferece.
Um beijo grande Querido Victor
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