O desamor do que já foi muito apetecido é culpa dos tombos, cobiça e reveses que outros tantos desamados - ou simplesmente no prazer da recusa de deixarem alcançar, que os há sim - causam aos primeiros. Andam assim todos a enganarem-se uns aos outros.
Os que querem, lutam e se esfolam acabam num cansaço angustiante, depois dormência, depois desinteresse, por vezes o tal desamor que os passa para o outro lado e de carrasco rápido se satisfazem no apetite enganado do se não tive não terás também, engrossando a fileira dos que sem entendimento sempre se acharam no direito de negar a entrada à felicidade simples dos demais.
Caricato, e até pernicioso como sendo todos homens e querendo todos o mesmo fundamentalizam-se a envenenar o tempo da colheita, um gosto acre que deposita a não conquista de outrem na boca própria de quem nada conseguiu.
Lx., Maio-2012
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