Lá pelas doze hei-de ter vontade de recolher-me, dormir, quieta e sozinha ninguém vir à perturbação das perguntas ou inquietar-se se padeço de maleita para pedir leito, por agora estou viva e bem desperta enquanto o resto descansa, dizem todos na hora de dormir, porque se determinou que esta é que era essa hora certa. Cumpro o que o corpo me pede. Quando posso. Mal posso, nos outros dias contrario a vontade da fuga ao canto, ao encolher, ao despertar pelo tempo da caça e contemplação de novo em solitário na hora do lobo, erma mas vigilante até o escuro me abrigar para o passeio, de novo dormir e antes das luzes forçarem ao dia já estarei desperta para o reconhecimento do que rodeia o meu mundo. Sempre foi assim desde menina. Sempre foi assim que a dificuldade dos meus tempos se alinharam com os dos outros, tropeços corrigidos consigo um dia ou outro deixar que o corpo satisfaça o horário animal mas como toda a besta, domestiquei-me, contrariei-me para entrar no sistema. Lá pelas doze hei-de sentir frio e vontade de me encolher a um canto, por agora vigio o silêncio da casa, das páginas onde corro livre e acho outros na mesma hora que eu.
CAPÍTULO QUARENTA - DE VOLTA A CASA
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Ao fim de pouco mais de três meses Alberto fechou a conta e a familia
regressou à casa renovada.
Maria da Luz apenas tinha ido por uma vez ver o decurso das...
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