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segunda-feira, 28 de março de 2016

O livro negro dos homens (vinte e dois)


 
Pequenas vidas estas que acham que mandam nas outras. Mas só se presumem ao comando porque na verdade ferem-se na angustiante dúvida de saberem ou não saberem que ordenaram, que disseram não, que contribuíram para a felicidade ou o episódico miserabilismo de quem fizeram alvo, uma incerteza com gosto rápido, quem disse que a vingança não era uma rua de dois sentidos?
Desgraçadas vidinhas estas que se empoam de nariz espetado, tão sozinhas no seu séquito de lambedores sem uso de língua que não seja a covardia da alfinetadela pelo esconso do tapete puxado, querem lá ver que do mando passa a pau mandado, ele há dias que são de todos e destes os do demo, na boca dos primeiros as injustiças pois então, que os sempre mandados serão os mais maus de todos.
Que regalo é sentir que mesmo sob a ordem nada de meu me é tirado porque toda eu sou minha.
De só nunca terei queixumes, outros em mim têm a força de me levar, de me pintar, de me escrever ou dançar, de me conhecer e saberem que no sorriso há o meu lugar, livre, um espaço onde nunca conseguirão alcançar porque apenas se presumem.
E quando apontam a dúvida pinga-lhes do dedo.


Lx., Abril- 2012

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