Tudo o que escrevinho vem da carne, é justo, sentido, dilacerado mas não se ache que o tempo do verbo fala de mim só porque o faço no eu. Eu sou a lâmina que me corta, sou a dor que grita, sou a cicatriz que espera os bordos unirem-se mas sigo sem feridas depois do tempo das palavras, seja homem ou mulher em cada pedaço de texto que apareço.
Recatos. Preciso. Porque a pele do verbo que é mesmo de mim quer-se privado, quiçá da escrita sem filtro no reflexo contemplativo do defeito, ruminado, escarafunchado até à vergonha do desinteresse.
E depois as verdades, o perigo da verdade da verdade e ainda a verdade da invenção ou a intenção do contar, o interesse da escrita, meio despida, meio vestida, a lógica do mistério e a insatisfação do termo, fim, confissões.
Mas não se ache menos homem ou mulher apenas porque separo dualidades, eu da que caminho, eu da que viajo escrevendo.
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