Sempre me parece melhor o que não escrevo, o que entre fronhas, cabelos soltos e monólogos desliza ágil de palavras mudas que vejo desenhadas e perfeitas, muitas vezes faladas por belíssimas vozes que se impõem à minha mão no comando como ditados que cumpro lesta sem arestas de engano na comida de letras ou afasias à pontuação, certa, respirada, tudo vivido em tempos magníficos mesmo quando a dor forra as paredes do cenário e quem fala diz pouco contando tanto no verbo bastante para se entender, eu assistente, eu adereço sem valor, eu vou virando as páginas à medida que cheias pedem novas e afinal nada escrevo.
Tenho-me cansada de quilómetros de linhas, recordo frases e a união das folhas é impossível de reconstituir, há todavia o gozo de as ter feito. Onde - talvez um dia as ache.
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