Todos os textos são originais e propriedade exclusiva do autor, Gasolina (C.G.) in Árvore das Palavras. Não são permitidas cópias ou transcrições no todo ou/e em partes do seu conteúdo ou outras menções sem expressa autorização do proprietário.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Da pedra e da árvore



Não gosto que me façam promessas. Tenho a expectativa de um adulto, a decepção de uma criança, a memória de uma rocha. Espero que se cumpra o que digam sem o sublinhar da jura, entristeço-me deveras pela falha e fica gravado em mim uma desconfiança pela palavra que tomaram como vã, esvaziada do sentido que as demais palavras possam ter a partir daí provindas dessa, dessas pessoas.
Não gosto que me façam contar com coisas que não contam fazer apenas para me por a andar.
Para não me ouvirem mais.
Porque até não falo muito mas o que falo pede troca e é essa devolução que aborrece porque obriga a olhar-me e a dizer sim e não, claramente sim e não, ou nunca talvez, e por isso promete-se adiar que na próxima haverá tempo para o tempo de claramente haver sim e não. Talvez.
Da pedra da memória reduzo-me à minha realidade de árvore.
Não posso fugir do que sou, do que sinto, dos sins e dos nãos, e nem mesmo dos talvez alheios que me sobrevoam e não escutam o meu silêncio. Por vezes.

Sem comentários: