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domingo, 1 de novembro de 2015

A flor, a árvore, 2007-2015



A árvore ainda tem lembrança de ter sido flor, ainda guarda (alguma) ingenuidade, ainda cresce (mais) na invisibilidade das raízes do que na altura da sua aparente robustez.
 
Apenas só mais um Ano, e tantas folhas já caíram, outras lhe rebentaram e muitas nem passaram de um mero pormenor, quiçá um defeito da casca, nada que se lhe prestasse atenção. Mesmo assim, tudo nela me fez ver, aprender, abrir os olhos à minha reduzida sabedoria de escriba e duvidar, parar e ouvir, ver o que o mundo tinha de simples para na medida das letras minhas conhecidas eu soubesse contar.
 
A árvore a ensinar. Mas também a salvação quando não se consegue dizer, revoltas, verdades da verdade contada em faz-de-conta no verbo construído como muros libertadores de um casulo a esconder a feiura. O sossego, o silêncio, cartas escondidas em troncos mágicos como estórias infantis, só mais uma, só mais um Ano.
 
Até apetecer ter letras e saber aprender como uma flor, depois escrever árvore.
 
 

2 comentários:

Teresa Durães disse...

Dizia ao meu filho (com 5 anos e já era um racionalista sem eu o saber), toca no tronco da árvore, ela tem muitas histórias para te contar

(ele assim o fez)

- Estás a gozar, não estás mãe?

Gasolina disse...

Sorrio.

Porque ainda gosto de histórias mágicas.