Todos os textos são originais e propriedade exclusiva do autor, Gasolina (C.G.) in Árvore das Palavras. Não são permitidas cópias ou transcrições no todo ou/e em partes do seu conteúdo ou outras menções sem expressa autorização do proprietário.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Futuros de um presente



Junto os pedacinhos todos que restaram, uma mão pequena de quase nada, o gasto foi tanto que das sobras mal dá para engrenar o motor e ter vontade de pegar, não é cansaço, já nem é cansaço, é não ter importância, desapaixonadamente.
Abro a palma e vasculho os restinhos, nada de interessante que me provoque, ainda assim acabo de me preparar, tomo um café, meto as chaves na carteira, guardo os restinhos no bolso.
Obrigo-me na normalidade da multidão e sigo anónima sem interrogações como em algumas vezes desejei, sem a inquietação da procura, uma tranquilidade que quase me deixa triste sem saber muito bem se é isso que sinto ou a novidade de nada ter para me ocupar nos sentidos.
Levo a mão ao bolso e do pouco guardado escapou-se para as costuras desviando-se em nada, nem mesmo rapando com as unhas conseguirei recuperar o que fui dos restos. E se nada sou do que fui outra serei sendo agora o que sou.
 
 

Sem comentários: