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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Posologia



Um em sos. O alarme accionou como uma mão que agarra um braço sem sacudir, segura-o e aperta uma só vez, vigoroso ou intencional o bastante para o arrastar de onde quer que esteja e trazê-lo à superfície, olhos descerrados sem nada ver para além de um manto leitoso todavia outras realidades, novos planos, um martelar profundo sem som onde a ferida dói sem o golpe aberto.
Um com água empurrado, sos, pede-se o regresso ao fundo e ao esquecimento e ao buraco onde se perde o saber de se conhecer a vida e o entendimento, quem somos quando não estamos de pé senão embrulhos de carne sem memória, a mão conduz afrouxando o caminho de volta pelo químico do tamanho de um botão, nada, negro, branco.
Em caso de sos dois. Todas as cores abatidas a tiro de uma só ferida, ainda sem golpe, ainda cá apesar de pé e desembrulhado, horas gastas a abrir ponteiros enredados em confusão de tempo com fios de nervos e olhos fechados a pestanejarem contra a claridade do dia vencendo dolorido e latejante, as mãos que seguram os próprios braços e se afagam no consolo de que o alarme foi soado e nada dura para além do que é preciso.
 
 

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