Vir até aqui não me dá o direito de ser livre mas escapo-me até cá com a fugaz intenção de que os minutos contados servem para me libertar de olhos atingidos, vontades forçadas, muito cuspo engolido, chego e o ar atinge-me, o Sol abranda-me na sua capital força como se eu viesse dos mortos e não estivesse habituada à vida.
De outra que não a minha não acho vestígios.
Talvez restos de veículos que se movimentam rápido para chegar a uma tão igualmente liberdade procurada mas quem os leva não sei. Das gaivotas conversadeiras só uma apoiada a pé-coxinho em gozo de calor e não está para mim, roda o bico ao ver-me, torce o pescoço incomodada como se eu lhe roubasse algum pedaço do astro.
Deixo a minha liberdade a termo esvoaçar onde a gaivota tirou uma pausa, abro os braços e todo o leito do Rio me roça no ventre em velocidade excessiva para apreciar entre margens, não há tempo entre relógios, trocamos tarefas, o meu cuspo no seu piar.
Alguém me pede lume, aterro, a gaivota rasga um traço branco no céu muito azul. Nem o tempo de liberdade contado me foi dado, peço desculpa e invento que não fumo.
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