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terça-feira, 18 de agosto de 2015

O pássaro-martelo (texto furioso)



A hesitação de ver melhor o caminho para cuidar os passos e evitar tropeções e quedas leva ao esquecimento do céu, das árvores, dos ninhos feitos por quem lá mora, uma alegoria dos sons que adivinhamos papagueados na repetição de que sejam pássaros mesmo que na forma nos sejam presente um martelo, que lindo martelo, e que bem canta, um chilreio inolvidável, e convencidos desta peça inanimada a soltar sons harmoniosos continuamos dobrados e cautelosos à procura de não cair, sempre a ver onde pôr os pés.
Claro que o peso às costas e a consequente deformação não tardam a revelar-se, quiçá o maravilhoso e enfeitiçado pássaro-martelo - vigoroso mas carregado -  que não há prevenção sem factura, mas a verdade é que de quedas nem uma para noticia e o caminho já usado é o melhor para ser feito. Depois, lembrar acima é coisa que não adianta muito... Vivemos na terra e sonhos nunca são o que se espera. Basta ver o pássaro, que afinal até voa.

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