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domingo, 16 de agosto de 2015

Colapso



Não importa, nada mais tem relevância. Não interessa se o cabelo cresceu e as raízes estão de outra cor e a pele está descuidada por falta de hidratante diário ou se a depilação não foi cumprida na agenda marcada. É secundário se a lingerie é de duas nações e não combina com a roupa de fora e os sapatos sejam de griffe mas há muito que tenham pedido a reforma. Que a maquilhagem seja perfeita mas nesse dia os lábios não deixaram marca de socorro que pudesse ser escutada, os olhos de cílios alongados não alcançaram alma viva que entendesse a mão esticada para valer à salvação.
Caiu. Afundou-se para dentro de um silêncio no meio de uma rua de Domingo de Verão.
Vieram ver, apontar e comentar, fazer análise ao perto do que disseram parecer belo ao longe e imperfeito no detalhe, culparam o despropósito em passeio público, o dia, a escolha, a afronta. Riram de mão na boca pela descompostura da morte.
 

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