Todos os textos são originais e propriedade exclusiva do autor, Gasolina (C.G.) in Árvore das Palavras. Não são permitidas cópias ou transcrições no todo ou/e em partes do seu conteúdo ou outras menções sem expressa autorização do proprietário.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Olhar com vista sobre o Rio (28)



Do alto como antigamente, como menina, como tu novo à minha descoberta, já como amantes, já eu perdida de olhares pendurados em ti sem saber chamar o nome a que hoje não digo Tejo mas silencio nesta força que nos une o segredo de te amar tão profundamente que regresso ao tempo de esquecer palavras.
 
Contemplação.
Ou engano meu, gostas destas fantasias em que te adoro, mas debruçada vejo a minha imagem de sapatos na mão, peito a explodir e um não saber o que me vai só de te olhar, naquele tempo contavam-me histórias do outro lado e eu adivinhava-me os incómodos por temer o Cristo-Rei a afogar-se nas tuas águas.
 
Mentira, era o meu não saber dizer, hoje o meu não contar o teu nome, afogo-me deste então neste sentir que peço, salva de mim mesma.


(in Olhar com Vista sobre o Rio, 2012)
 

Sem comentários: