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sábado, 9 de maio de 2015

Mesmo nada



Nada fazer. Não fazer mesmo nada. Deixar a imobilidade tomar conta e o tempo atrás ruír e depois contar pausadamente era uma manhã tranquila de Sábado em que os afazeres da pressa lhe davam a aflição do corado nas faces, parar as imagens no movimento da urgência no despacho da coisa, das coisas, mil coisas ao mesmo tempo, o cenário a caír porque nem o tempo, as mil coisas e o Sábado têm relevância na história, só ela a fazer nada e regressar ao nada mesmo que ela pela falta da agitação não tenha rubro nas faces. Pausadamente contar que era um Sábado igual a tantos outros como já havíam acontecido, menos o tempo a desmoronar e ela sem interesse no que lhe caía nas costas ou no que ficava aos pedaços por fazer ou na falta de cor tingida no rosto que ela sentou-se, muito quieta e da respiração saíram-lhe palavras a dizer que hoje não faço nada, hoje sou o Sábado, sou o que fica não feito, sou a que fica a contar a que corre a fazer, sou a heroína da minha estória, nada faço, mesmo nada.

1 comentário:

Teresa Durães disse...

e é tão bom não fazer nada!