Todo o espaço cénico é meu. Num tempo de respirar [inspirar expirar] varro tudo, liberto o velho e faço a composição necessária à dose que me resta no receptáculo tingido a tinta azul da minha caneta.
Levemente de viés, levemente o cabelo sombreando o ombro direito, levemente presa a folha branca de risca leve ao fio das ideias combinadas à porcelana tingida no vicio aroma mexido pela colher de alpaca derretida nas arestas do cubo açucarado pelas pontas do crochet-remate alinhado no linho da engelha do naperon que se ajeita namoradeiro às linhas azuis leves do papel branco a beijar a boca demarcada de batom esquecido na beirada do vermelho levemente esquecido. Levemente bebo. Levemente se perdoa o gesto da chávena e o tique da renda e do linho, palavras em epístolas. Levemente como beijos, tinta a findar. Esgoto-me sem ar. Digo adeus e selo a carta num instantâneo golpe.
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