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sábado, 18 de abril de 2015

Os [outros]dias

 

 
É nisto que a diferença dos dias se destaca, a representação dos papéis se torna memorável pelo desempenho realista que confunde o que assiste, quem é quem, ou quem é verdadeiro e quem faz de conta ou voltando à primeira quem representa ou quem vive quem é, tudo dias concluíndo, a diferença entre os mesmos e a respiração para dizer frases intuídas num papel interpretado como pele vestida ou nús, também a pele respirada simultaneamente nas frases faladas ou caladas ou tão mais próxima esta que qualquer som que a língua possa estalar engasgada no arrependimento do dizer. Porque a diferença dos dias é também essa, poder enganar e recuar, apetecer não dizer, achar justo e jorrar palavras de tudo, abrir a boca e fechar a boca. Nos outros dias a luz incide e não tolera a gaguez, espera-se um desempenho impecável mesmo nas reticências a propósito. O difícil é saber quem é quem, se nos dias se na diferença destes. Mas como tudo o segredo é a alma do negócio.

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