Retomo a vida comum na incomumente convicção de que nada é igual ao que deixei, afinal a poesia insinua-se até nos pontos onde se queríam rasos de uma mundaneidade abstracta em que os corpos se trocam nos sentidos inversos do ir e voltar sem se tocarem nos milímetros que os separam, vou e observo o que me cansava de aborrecimentos e agora plasticamente se esforça ao meu olhar por adquirir ângulos de surpresa.
Antes e depois, sobreponho, transponho, ganho velocidades, atinjo além.
Ter de dar as costas e fechar os olhos, apalpar vértices e sentir a dureza de parágrafos sem a latitude próxima dos verbos cantados na entoação familiar dos sons que adormecem seguro, o vicio do caderno ou o exercício da memória, o apelo da poesia à dor de casa ou a dor como dor pedida para consentimento ao caderno, um passo atrás e o quadro de mim em pleno.
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