Roubo palavras daqui para oferecer a outros e o curioso é que estas já me foram subtraídas do esforço das mãos, não eu, que de outros em mim estabelecidos sem permissão prévia usaram-se e fartaram-se, depois abalaram sem dizer adeus ou ficaram para gozar a míngua do que restou ou para voltar quando a veneta lhes desse a qualidade apetecida ou simplesmente gostando de mim, gostaram da conversa no troco e ficaram.
Levei estas palavras emprestadas de empréstimo a outros e gostaram e eu gostei que tivessem gostado dos outros, senti que nesta comunhão parecenças havíam com a forma como o universo se nos revela e aos outros como nos (des)identifica.
Serenamente engulo as palavras de agrado como se a mim me fossem dadas e honrada por conhecer os autores de minhas mãos, alimento os segundos e digo a verdade.
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