A excitação, a gritaria, os puxões, o uso desenfreado dos brilhantes, do vermelho, do verde, das exclamações, das frases feitas, da surdez perante o que se pergunta e o remate pronto na ponta da língua, o tráfego de pernas desordenadas que querem chegar primeiro a papéis de fantasia onde mãos como garras rasgam, amachucam e descartam palavras escritas em cartões para na velocidade de segundos o dedo táctil despachar o desejo renovado por este Ano e outros vindouros até ao próximo século que tomara já não hajam carros, buzinas que calam trovoadas ou crianças que choram até envergonhar o Tejo se o brinquedo ou a volta do carrossel não for concedida.
Esgueiro-me pela humidade da noite e conto os passos dos meus saltos, um zumbido ecoa-me como se tivesse sido centrifugada. Não sei do que fujo, mas não quero ser encontrada.
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