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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Peneirar



Aos poucos e quase sem dar conta o dorso vai-se picotando em rede fina, tão fina como um tecido musselina preparado para coar um vinho antigo e separá-lo da parte boa da borra, permitindo a quem o manipula o aroma doce e os alcoois inebriantes que perdidos do oxigénio invisivel do cómodo, se hão-de achambrar num liquido quase mastigável de tão bom se degusta.
Não do pano falo, volto às costas, estas perfuradas, uma peneira perfeita num coador tornado que aos anos se deve e à importância devida que ao tudo e aos homens e mulheres se atribuem se destes a pena valer, que vai-se a ver o tudo é pouco e os homens e mulheres nem meia-dúzia se contam, mas é quanto baste, que de ciência afinal também o coração precisa e nas precisões, depois dos filtros aplicados, as costas não ligam mais, alargam-se e defendem-se muralhando lixos e patacoadas sem interesse, a maior das vezes muito ruído irritante que é melhor ignorar.
No fundo é isso, voltar costas e não passar cartucho a quem faz barulho, deixá-los entregues ao alarido e papelão, dedico-me à musselina e ergo o meu copo a quem é importante.
A Vós!


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