Não sei em que ponto sucedeu mas a certa altura, uma e outra palavra - decerto importantes - tombaram no meu regaço. Assim, reboladas como fruta que amadureceu dourada e só pesando na árvore como estorvo resolveu libertar-se do seu corpo preso e fazer-se a uma outra dimensão na terra onde as perspectivas cá de baixo miradas para o topo, têm uma cor e relevo como renovadas.
São as mesmas palavras, a mesma fruta saborosa que já se sabía ser, mas agora trincada fecha-se os olhos na prova consumada da certeza do seu gosto, a redutora confirmação.
São palavras que há algum tempo não recordava, vá lá saber-se porquê, talvez adormecidas para só agora terem razão de maduras voltarem a oferecer-se num tempo útil de serem devidamente apreciadas pelo seu valor de me trazerem ao presente uma felicidade passada para perfeitas eu as consumir.
Pois que quanto mais o tempo rápido avança para o amanhã, mais tranquilas me chegam as memórias aquietando o dia num equilibrio de acerto renovado no alimento da dádiva da palavra amadurecida.
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