Sei-te de cor, sei-te de mar, sei-te doce pois se Rio és de nome Tagus, mas a tua imensidão no meu peito é-me tanta quanto o oceano que já provei e um dia me quis levar. Quem sabe se a teu mando... tens dias egoístas, nós sabemos, a tua profana vontade vem de tempos velhos, religiões de infiéis, ou fiéis que sei eu?, que não me dobro perante a fé do homem e a ti devota, canto, choro e até numa reza de beata sacrifico o corpo às moléstias da chuva e do Estio para te ver e adorar.
Ingrato, vai-se a ver não passas de marés, humores, cores de água cambiadas na veneta daquela hora e eu sou só mulher, uma margem alcançada ao pedido de um beijo.
Beija-me.
(in Olhar com vista sobre o Rio, 2011)
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