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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Campo de palavras (4)




Lembro-te, lembro-vos. Despertam-me. Não nos falamos, mas ouço-vos. Sinto as vossas vozes, o timbre que vibra na minha garganta como se vos respondesse às perguntas que não tive tempo de vos devolver, ao café que esfriou na promessa de final de tarde, às diferenças que nos unía no combate da palavra e pelo gosto da discussão poética do silêncio.
Digam qualquer coisa.
Contrariem-me.
É Maio e vocês não estão comigo, não riem dos meus rompantes, não trocamos banalidades pela generosa aventura de saborear o suco da companhia nem eu tenho mais com quem lembrar infâncias de quem me viu menina ou contaminações de quem me conheceu macho. E mesmo assim, Maio. Devíam tê-lo levado convosco... que mo aproveita a mim, senão outra coisa que não dor tão funda no peito, na saudade?
Se ao menos me pudessem escrever.


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