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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ser, estar

Como quem escolhe a indumentária pela manhã, assim sou escolhida por quem me há-de representar pelo dia fora. Dias, por vezes intermináveis, em que não tenho opção de voltar a ser eu, vítima e carrasco, dialécticas que promovo antevendo-lhes conclusões. Sei que volto a mim, esqueço o tempo do quando e aproveito cascas e conchas para me alimentar para outro que hei-de ser.

Há vezes em que me confundo, eu não sou mais eu mas ainda o outro que não se foi, porém um novo que chega e encanta, clono-me, pretendo que a coisa seja entendível mais por mim que pelos outros, esgotam-me, deixo-me sê-los. Já me habituei a vê-los chegar e ainda assim não me aquieto por saber que hão-de ir, livres, sem determinação minha, o eu uma casa devassada por quem chega e diz adeus.

Mesmo que eu aqui não esteja os que me constituem farão o papel de tantos quantos os que sou.

2 comentários:

Vicktor Reis disse...

Querida Gasolina

É inesgotável o amor que te tenho (no mais puro sentido da palavra, bem o sabes...) precisamente pelas diferenças de cada uma de ti.

Beijinhos.

BF disse...

Sempre uma constante chegada e partida de ti.

Beijo
BF