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terça-feira, 18 de novembro de 2008

(Afinal)Também consigo ver a árvore ao longe

Dias de areia. Seca, muito. A precisar de me afastar e ver a paisagem no seu todo e numa só mirada sem me prender a detalhes ou a algum pormenor que me leve o resto da luz boa para poder admirar o resto.


Dias de escorrer minutos a baterem-me nas pestanas, a faca a entrar amadora golpeando ao azar a sorte de apanhar carne em vez da dureza do osso. Vai doer, pois vai, deixa doer, por vezes tem de doer para se estar certo que se precisa e que o trajecto que o sol faz até aos olhos é para beliscar a dormência do hábito, arder para acordar, pôr-se para despertar no outro lado da lua.


Dias de leitos sem água. Muita sede, a que sabe a água? A água não sabe a nada, sabe sim, senão eu não a desejava.


Dias de saudade, dias de caderno, dias de falar e não escrever, dias de contar e não esperar, dias pelo dia sem acrescento de horas nem invenções violentas para imaginar que a noite também é dia quando quero.


Não é. E ainda bem.

22 comentários:

pin gente disse...

dia de saudades, sim
mas perdi-me e tive que dar uma grande volta para aqui chegar.
beijo
luísa

o Reverso disse...

pois, tanto a noite como o dia são para ser sentidos e gozados como aquilo que são.

um beijo

Teresa Durães disse...

nada como a magia do dia e a magia da noite em doses diferentes

Alberto Oliveira disse...

... todos -de um modo ou outro, temos dias assim. E noites de sede incontida sem desejo de voltar a beber o explosivo cocktail de agridoce sabor "o dia a seguir à noite". E quando damos por nós, falamos pelos cotovelos, mandamos a escrita às malvas e até conseguimos ver árvores onde elas não existem.

abraço e sorrisos desta margem.

tchi disse...

E... quando possas, experimenta abraçar uma árvore.

Depois, acredita, que muito terás para contar da experiência desse abraço.

Abraço sem longe.

SONY disse...

Gas,

Dias a correr para se dar valor aos segundos.
Sede para se sentir a falta do sabor que a água afinal tinha.
Noite para sentirmos a falta do raiar do sol a iluminar a vida.

DOR.
Dor, porque tem que haver dor, para darmos o valor e a obrigatoriedade de saber sorrir, quando não a temos!!

Tudo o que arde cura não é assim?!

Um beijo grande, minha Gas. (que saudades)

Jito,

Sony

ASPÁSIA disse...

AI QUE DIAS DE TARDES TÃO CURTAS!
DIAS TRISTONHOS SEM ÁGUA, ARENOSOS DA SECA QUE ESTÁ PARA VIR (??)

ENFIM... APESAR DE TUDO - DIAS DE VIDA !

BEIJO EM DIA DE POUCA INSPIRAÇÃO :(

Vicktor Reis disse...

Querida Gasolina
Há coisas simples de que somente sentimos a importância que têm, a falta que nos fazem, por vezes dolorosa falta, na sua ausência. Por vezes fico melancólico no pôr-do-sol, mas... Na realidade adoro assistir ao pôr-do-sol e sinto o mesmo prazer ao despontar da aurora.
Beijinhos.

marisa disse...

Que sejam dias cheios de tudo o que verdadeiramente conta...é o que te desejo.
Beijo daqui para aí.
marisa

Gasolina disse...

Pin,

Perdida?

Mas a árvore vê-se ao longe, tu encontra-la.
E se não a vires eu chamo-te.

Beijo para ti

Gasolina disse...

Tri,

É verdade.
Mas de vez em quando é bom trocar-se as voltas, mesmo à noite e ao dia.
Basta que o verbo chame. Eu venho.

Um beijo

Gasolina disse...

Teresa,

Cada uma das partes com o seu encanto, tens razão.
Mas vá lá dizer-se isso à vontade...

Gasolina disse...

Legível,

Obrigado por emprestares as tuas palavras.

De facto, tantas vezes se avistam árvores onde elas nunca foram plantadas.

Sorrisos e abraço da nossa

Gasolina disse...

Tchi,

Já experimentei.
Porque achas que tenho esta perdição nos amores pelas árvores?

Beijo grande para o teu reino

Gasolina disse...

Sony,

Dias de todas as palavras que usaste acertadamente.

Saudades sim. Mas o tempo aperta, aperta e... vamos ver.

Abraço-te Formiguinha.

Gasolina disse...

ASPÁSIA,

JARDINEIRA?
QUE DESÂNIMO É ESSE? TU, A JARDINEIRA DESTA ÁRVORE?

VAMOS LÁ A ARRIBAR!
NADA DE MURCHEZAS. A LUZ DAS TARDES CURTAS É LINDA, JÁ REPARASTE?

BEIJO. E ABRAÇO APERTADO FORTE

Gasolina disse...

Victor,

É bem verdade o que dizes. Mas também o cansaço me apanha. Por vezes muito do mesmo. Por vezes a rotina de algumas palavras que apanho caídas aqui e ali, tratadas como lixo.
Por vezes, tanta coisa, que o mais pequeno pormenor já é uma estafa.

Também eu partilho desse gosto pelo nascer e deitar do dia.

Beijo para ti.

Gasolina disse...

Marisa,

Tudo dito, tudo certo.
Como sempre a sabedoria nas tuas palavras.

Beijo que vai pelo Tejo especial para ti.

Mariazita disse...

Escorre melancolia deste teu texto...ou é de mim???
Esta época que se aproxima, e de que tanto gosto, paradoxalmente põe-me muito melancólica.
Como sempre as tuas palavras são como bolinhas de sabão: saem leves e cheias de beleza.
Beijinhos
Mariazita

AnaMar (pseudónimo) disse...

Dias plenos. Em que te sintas realizada.

Gasolina disse...

Mariazita,

Não, não é de ti.
Há mesmo uma nostalgia nas minhas palavras. O tempo escapa-se-me e a vontade cansa-se.
Vamos ver até quando...

Obrigado por estares aqui.

Beijo para ti.

Gasolina disse...

Anamar,

Obrigado.

Realizada estou, mas cansada também e ficar sem tempo para sonhar amarrota-me.