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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

100 Folhas na Árvore



Desponta a centésima folha. Nova, viçosa, cheia de nervuras e relevos, diferente das demais, nenhuma em nada semelhante às que já cá estão e ainda às outras que hão-de surgir, nunca repetidas na sua forma nem na sua forma de estar.

São 100 folhas repletas de palavras contadas numa árvore que se fortifica no alimento do verbo, carrega-se de frutos em cada gesto da escrita e prolonga-se nas raízes que engrossam à medida da intenção do texto.

Seja água da chuva, água de vossas mãos ou água de meus olhos, a sede da árvore satisfaz-se a cada gota de palavra acreditada na verdade e no amor que estas são o único fertilizante que aceita.

Por isso não murcha, não empalidece, não quebra, palavras de pé como as árvores.

16 comentários:

pin gente disse...

encontrarei revoltas nos seus ramos
se meus hemisférios estão em luta
como conseguem cem folhas tal sossego
se entre as minhas mãos a força é bruta

olhai e vede senhoras qual postura
que só o vento teima torturar
e vós duas em penínsulas de meu corpo
uma de cada lado só para me atormentar


beijo

marisa disse...

Parabéns! A tua "árvore" será, sem dúvida, um dia grande, forte, frondosa.

Via há dias uma fotografia de uma árvore com uma caixa de correio no blog fantástico do escritor J. Rentes de Carvalho que me fez lembrar a tua. Se quiseres passar por lá:

tempocontado.blogspot.com

Eu vou continuando a ajudar com umas gotas...

Obrigada por teres plantado algo que nos alimenta.

beijinhos

marisa

Eme disse...

E eu sinto-me uma afortunada pelo privilégio de assistir ao nascimento de mais folhas.

Um beijo

Gasolina disse...

Pin,

Esta Árvore nasceu de dor e de sofreres, invejas e calúnias.

Mas quem lhe dá palavras como gotas de seiva jamais a deixará definhar.

Tu estás a contribuír.
Muito obrigado.

Um beijo.

Gasolina disse...

Marisa,

Obrigado a ti, que dás água à Árvore em palavras certas e carinhosas que fazem nascer novos ramos e novas folhas e muitas flores.

E obrigado tb. por me ensinares caminhos: irei sim, com muito prazer.

Estás nomeada "OLheira-Mor" da Árvore das Palavras.

Um beijo para ti Marisa

Gasolina disse...

M.,

E eu por te ter aqui à conversa sob a sombra da Árvore.

Obrigado por ajudares ao crescimento de tantas folhas e flores.

Um beijo.

marisa disse...

Agradeço o título e tentarei estar à altura dele.

Uma boa semana desejo eu.

bj

marisa

Gasolina disse...

Marisa,

Just in time.

Eu é que te agradeço teres um dia aqui vindo. Sincera.

Não faço favores com palavras.


Um semana tranquila para ti também.

Um beijo.

marisa disse...

Engraçado... estou eu por aqui à sombra da tua árvore e encontro-te in loco por acaso! Gosto tanto dos teus textos que por vezes venho relê-los (também os de Flor da Palavra), mesmo que não os comente. Enquanto escrevias a resposta ao meu comentário, eu estava pensando como comentar o teu texto sobre a "dor". Para mim é um belíssimo hino à dor emocional em geral, fez-me lembrar a "facada" que levei com a morte anunciada do meu pai. E concordo quando dizes que viver é sentir tudo, tudo mesmo, o que nos extasia e o que nos faz doer o coração.

Um boa noite, por aqui já são 23 horas e eu vou dar descanso ao corpo e à alma.

Até à próxima

marisa

AC disse...

Parabéns miuda.

E muito amor.

Beijo

Gasolina disse...

Marisa,

Há coincidências tremendas... Este texto foi escrito poucos dias depois da morte do meu pai. Eu sabía que ía acontecer e sabía que não estava preparada. Nunca o hei-de estar para este momento.

Escrevi-o na convicção tola de que fecharía uma página de muita dor e sofrimento. Mas no fundo e porque o recordo muito bem, apenas me permitiu encarar a dor de frente e extravazar o grito e as lágrimas que me sufocavam.

Uma boa noite Marisa.
Hoje e todas as noites.

Um beijo

Gasolina disse...

Dias,

Muito obrigado. Sentidamente.

E que o amor nunca te falte.

Um beijo para ti.

marisa disse...

e quem está preparado para tais momentos? o meu já foi há sete anos e a cictriz ainda dói. a minha dor na altura gritei-a para uma carta que lhe escrevi e que foi com ele, no bolso sobre o peito do seu último fato.

Obrigado por revelares este segredo.

um beijo, pela lembrança partilhada de uma dor comum

Gasolina disse...

Marisa,

O tempo não apaga, não é?

Emociono-me com o teu gesto, admiro a tua coragem de escreveres palavras em cartas que seguem o caminho que só vocês o dois o sabem.

Por mais este elo, muito obrigado.

Daí até aqui fortalece-se uma corrente.

Um beijo

marisa disse...

O tempo anestesia, mas não apaga. Essa carta, hoje pó, foi escrita em "transe". Foi assim que vivi esses momentos, mesmo tendo quase um ano para a despedida lenta e dolorosa. Quando o instante chega, a névoa envolve-te e o buraco apanha-te...

Eu emocionei-te com o meu gesto (agradeço com um sorriso) e tu emocionas-me com as tuas palavras. Aliás, é incrível como este mundo, dito virtual, pode criar elos entre pessoas que não se conhecem fisicamente. Por vezes há desilusões, mas essas esquecem-se, porque só o que é bom deve prevalecer. Noutros séculos em que a correspondência, literária e não só, entre pessoas que raras vezes ou nunca se viram, era tónica, este meio revolucionário ter-lhes-ia facilitado imenso a vida, como acontece connosco. Estou grata por viver nesta época (apesar de tudo).
Dois blogues que acompanho pertencem a duas pessoas que conheço pessoalmente, no entanto, desde que "as leio", passei a conhecê-las melhor ainda. A Palavra tem muita força! E a ti, atrevo-me a dizer , também já te conheço um pouco!

Desculpa, este comentário quase virou post! Não precisas de publicá-lo, eu sei que o vais ler.

um beijo grande

marisa

Gasolina disse...

Marisa,

As tuas palavras servem-me na perfeição.

E porque não havería de te publicar? Se o que dizes é belo, apesar de toda a dor. E ainda porque esses elos se fortificam e sim! Me conheces um pouco mais e eu a ti.

Obrigado, tão pouco para te agradecer as tuas palavras.

Gostaría muito de ter o teu email. Esta janela encurta-se para coisas que te quero dizer e que só a ti interessam. Não o revelarei se assim acederes.

Um beijo para ti, outro para o Reno.
Rios encantam-me.