Porquê hoje e não no dia a seguir ou até no dia em que a faca lentamente voltou a entrar e rodou no prazer da dor torcida entre a carne estragada e o insuportável das palavras que o berro atirou para a falta, um analfabetismo profundo de trambolho que acaba com a vontade do som do grito e o que se poderia dizer do grito por gritar ficou no mesmo ruído gutural em que o choro não se chorou e o verbo desfez-se dos prazeres, enfartou-se do adiamento até amanhã, até hoje em que as veias se engrossaram de tanto entupidas por dizer.
Que hei-de dizer?
Não escrevo a tinta, enxaguo as páginas do que me corre e duvido que chamem sangue à vida que leva os que amo, mais um, sempre um desfalque na seiva, apetecia-me correr a pontapé essa vida indecente que me leva as minhas da minha, já tão poucas as que verdadeiramente quero, cada vez menos as dos homens, por onde sangrar mais se a revolta me morde as palavras para logo me açoitar frágil numa saudade de chamamento por quem já não pode vir.
Que fazer quando o verbo abana a cauda e me lambe as mãos.
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