Encaixo-me no ângulo do quadrado, escolhi esta diagonal para distorcer dimensões e para que o espaço aumente na vista que tenho para além do topo, deste o céu cambia nos humores da chuva ou do sol ou do não sei o que me apetece e pardacenta-se numa mancha impossível de determinar cores, coisa que já me aborreceu como assunto porque o ruído da queda de água não permite estados de alma capazes de se deitaram à poética e também, verdade, porque não me apetece.
Neste bocado estarei de igual para com a tela do céu, não sabemos como estar, como apresentar-nos, como dizer, vimos pardos para que não nos notem ou apontem ou façam perguntas repetidas de como gostamos de estar aqui e aqui é muito melhor, ou porque pinga ou de azul engana de frio ou sem decisão confunde a todos.
Empurro-me contra o canto da parede, aqui não há caminhos de fuga onde possa evitar outros e matar o cigarro tranquila, a resistência é não escapar mesmo que a virtualidade das dimensões me entortem os olhos até espremer o tecto ao lado oposto e aproximá-lo das mãos para finalmente, descobrir de que cores o céu se esconde.
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