Eis o dia seguinte, o verdadeiro, que ontem foi tudo brilho, luzes, festa e encantamento de ruídos das palmas a ensurdecerem o ritmo do coração pelo receio da mudança, o desconhecido que maravilha por ser desconhecido e pela fé no conhecido já ter a ausência da confiança, o esquecimento a pedido. O dia seguinte a pedido.
Eis o dia a sério em que o cheiro da festa nem sequer deixou rasto de fita cortada, um copo esquecido de meia bebida brindada ao futuro do dia presente, uma nódoa de creme esmagada no pedaço de bolo caído pelos queixos pendurados, tudo sério.
Vestem-se a preceito para este dia seguinte.
E a imagem que lhes tenho é de quem aguarda longamente por um encontro muito desejado e preparado com tanta atenção como no primeiro dia de Primavera com cheiro de roupa nova, sapatos brancos abertos. Esperam e esperam e uma tremenda borrasca prepara-se para caír tomando-os desprevenidos quando regressam solitários e pensativos, pingando, no dia antes da festa.
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