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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Se ele fosse (mais) forte - 1


 
Pretendo-me forte, quase invulnerável, nestas coisas de decisão consigo sempre levar a melhor por isso não sairei derrotada da determinação que acompanho com olhos fortemente apertados até doerem e as mandíbulas cerradas até sentir os dentes a ranger, sou forte, abano as mãos para libertar a tensão e solto um sopro rápido.
Não me comovo, não hoje, não por ser hoje mas por ser hoje o primeiro dia em que principio a nada sentir e me isolo de fragilidades que me descompassam no peito e na garganta, que me tiram o som das palavras, que me resguardo de gostares para mais tarde não me desgostar até sentir a nuca gelada e o estomago esburacado como se andasse descomposta ao Inverno eterno, não me desperdiço no arqueio dos lábios para sorrisos, para assobios, para músicas que não saiem da cabeça, para beijos tocados, apertados e molhados, para chamar o nome por apenas saborosamente dizer o nome, não me desgraço de novo levando as mãos ao peito procurando o peito onde pode ser o joelho porque afinal o maldito coração não me deixa e de tão forte que sou mais fraco ele é.


Dez.2015

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