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domingo, 8 de novembro de 2015

Instantâneo - Episódio doze



A esperteza do café instantâneo não reside absolutamente na preguiça da sua rapidez. Engana o olfacto, pisca a visão e consola nos mesmos tempos imediatos uma boca ávida do vicio da cafeína quando se se pretende dedicar a outras coisas mais prementes. Logicamente, a deturpação dos sentidos tem uma duração de curta vida e logo que arrefece todo o ardor do instantâneo está votado ao cano, ou seja lixo, ou noutra solução, é empreender fazer um outro o que significa que o tempo poupado é perdido a dobrar. Mas se é do falso que se fala, e do cumprimento do seu papel, honra lhe  seja feita que à custa de muitas canecas já decorei o cenário e o desmontei mais rápido que a coroa de creme teve oportunidade para se esvanecer no topo da beberagem escura. E a verdade, é que as proporções com o real não foram chamadas ao tema nem tiveram influência no correr da pena, mais verbo desenhei por entre goles de café de brincar do que chá à séria, as personagens não se incomodaram e o à-vontade da desolação no silêncio de portas a fecharem-se ou reencontros no apagar de candeeiros de mesinhas de cabeceira seguiram até ao ponto final com a minha boca na louça à procura do vácuo por já nada mais haver de beber.

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