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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

[entre] Dias



Alguém me esclarece que os dias andaram, confusamente faço contas ao que fiz ontem que não será mais a véspera mas noites e dias que me vincaram sem ter memórias dos minutos a rasparem números no acrescento de se contarem horas e depois dias e depois o tempo de fechar olhos no escuro, terá sido sempre essa ausência de luz que me comeu a dimensão do que passou e me fez fixar lá atrás, quanto tempo? Hoje é o dia de hoje, salto rápido para o presente mas as pressas do chegar aqui deixam-se ficar esquecidas pertences no que não lembro de ter passado, daqui a nada vou dar falta do que não trouxe ou talvez não se não recordo a quantas ando, fiquei presa entre espaços ou entre minutos, tudo tão relativo penso, e volto a deixar de ouvir as explicações de quem tão claramente me conta o que fiz ontem na sua presença, anteontem também, relativo sublinho, vejo os lábios a mexerem-se, dobrarem-se, e não alcanço o que me conta, procuro nos meus dias e nas minhas noites as coisas esquecidas como sinal de que lá estive e passei, atravessei até aqui e aqui estou a ouvir esta boca na repetição do que sei. Não sei, não ouço, não devo ter chegado ainda, só as pernas deram o salto.
 
 

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